Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


segunda-feira, 3 de setembro de 2012

lua azul

Sonhei com a lua azul. Azul mesmo, bonita, atipicamente próxima, quase ao alcance das mãos. Quando me ocorreu apanhar a máquina para registrar, complicações afetivas familiares (ou familiares afetivas) retardaram ou truncaram meu movimento, de forma que, de posse da máquina, a lua já era outra, ou a mesma de sempre, pairando distante no céu. Bastidores: pensei tanto em escrever sobre a lua azul por esses dias que uma imagem onírica acabou me impelindo a fazê-lo.

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