Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


domingo, 17 de abril de 2016

o pioneiro da delação premiada (ou de como evitar algumas coincidências)

Há uma razão ― não necessariamente racional e óbvia ― para que a votação na Câmara dos Deputados do processo de impeachment da presidente Dilma tenha sido adiantada, acelerada: não coincidir com o feriado de Tiradentes, atualmente herói nacional, cuja morte bárbara decorreu das ações do mais notório delator da história do país, ou traidor, como se preferir.

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