MAS É ISSO QUE É A JUVENTUDE QUE DIZ QUE QUER TOMAR O PODER... Vocês têm coragem de aplaudir este ano uma música, um tipo de música, que vocês não teriam coragem de aplaudir no ano passado. São a mesma juventude que vão sempre, sempre, matar amanhã o velhote inimigo que morreu ontem. VOCÊS NÃO ESTÃO ENTENDENDO NADA, NADA, NADA, ABSOLUTAMENTE NADA! Hoje não tem Fernando Pessoa [Caetano refere-se ao poema que fazia parte da apresentação da música “É proibido proibir”] Hoje eu vim dizer aqui que quem teve a coragem de assumir a estrutura do Festival, não com medo do Sr. Chico de Assis pediu [trecho confuso], mas com a coragem, quem teve essa coragem, de assumir essa estrutura, e fazê-la explodir, foi Gilberto Gil e fui eu, não foi ninguém, foi Gilberto Gil e fui eu! VOCÊS ESTÃO POR FORA! [segue trecho inaudível] MAS QUE JUVENTUDE É ESSA?! QUE JUVENTUDE É ESSA?... VOCÊS JAMAIS VENCERÃO NINGUÉM! Vocês são iguais sabe a quem? Vocês são iguais sabe a quem? Àqueles que foram na [peça] “Roda-viva” e espancaram os atores. Vocês não diferem em nada deles. Vocês não diferem em nada. E por falar nisso, viva Cacilda Becker!!! Estou comprometido a dar a este [trecho inaudível] aqui. Não tem nada a ver com vocês. O problema é o seguinte: VOCÊS ESTÃO QUERENDO POLICIAR A MÚSICA BRASILEIRA [trecho inaudível] americana... Mas eu e Gil já abrimos o caminho. O que que vocês querem? Eu vim aqui pra acabar com isso. Eu quero dizer uma coisa ao júri: me desclassifiquem, eu não tenho nada a ver com isso, nada a ver com isso. Gilberto Gil está aqui comigo para nós acabarmos com o Festival, COM TODA A IMBECILIDADE QUE REINA NO BRASIL, acabar com isso tudo de uma vez. Nós só entramos no Festival pra isso [trecho confuso]. Não fingimos aqui que desconhecemos o que seja o Festival, não. NINGUÉM NUNCA ME OUVIU FALAR ASSIM... Entendeu? Eu só queria dizer isso, baby, sabe como é? Nós, eu e ele, tivemos coragem de entrar em todas as estruturas e sair de todas. E vocês? E vocês? SE VOCÊS FOREM EM POLÍTICA COMO SÃO EM ESTÉTICA, ESTAMOS FEITOS!
Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.
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