Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


quinta-feira, 29 de julho de 2010

Cacaso

Vida e Obra

você sabe o que Kant dizia?
que se desse tudo certo no meio também
daria no fim dependendo da ideia que se
fizesse de começo
e depois ― para ilustrar ― saiu dançando um
foxtrote

HOLLANDA, Heloisa Buarque de (Org.). 26 poetas hoje. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2007, p.42.

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