Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


sábado, 24 de julho de 2010

"Não Sonho Mais": Chico Buarque (Paulinho Schoffen)



A canção foi composta em 1979 para o filme A República dos Assassinos, de Miguel Faria Jr. (comentário aqui). A música vira pelo avesso, no sonho do amante do policial corrupto, a violência que este pratica, voltando-a contra ele próprio. É o submundo da ditadura que emerge do sonho. 

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