Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


quarta-feira, 21 de julho de 2010

"Cais": show em comemoração aos 35 anos do Clube da Esquina


Cais
Milton Nascimento e Ronaldo Bastos  
  
Para quem quer se soltar 
Invento o cais 
Invento mais que a solidão me dá 
Invento lua nova a clarear 
Invento o amor 
E sei a dor de encontrar 

Eu queria ser feliz 
Invento o mar 
Invento em mim o sonhador 

Para quem quer me seguir 
Eu quero mais 
Tenho o caminho do que sempre quis 
E um saveiro pronto pra partir 
Invento o cais 
E sei a vez de me lançar  

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