Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


domingo, 21 de novembro de 2010

ou se é gato ou se é rato

Não dá para ter ilusões acerca do capitalismo: a narrativa de Kafka fala por si. Há um trecho do Eduardo Galeano em que ele fala, empregando expressão própria, que no sistema ou se é gato ou se é rato. A ilusão consiste em se supor gato, quando na verdade gato é quem está na espreita.

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