Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


terça-feira, 23 de novembro de 2010

Rua Haddock Lobo

Hoje passei pela Haddock Lobo, Tijuca, e lembrei-me de meu estimado objeto de estudo. É que nos artigos que Sérgio Buarque assinava nos jornais que pesquisei consta um endereço para remessa de livros, e aí que, por distração, eu pensei que se tratava de seu endereço no Rio. Não. Trata-se da Haddock Lobo de São Paulo (nº 1625). Jogo no google mapas e descubro tratar-se de uma localização privilegiada, próximo à conhecida Oscar Freire. De fato, ele morou lá, conforme informa Maria Amélia Buarque de Holanda: em 1946 muda-se para São Paulo. Reside à rua Haddock Lobo, 1625, até fins de 1952. De forma que hoje eu tive a breve ilusão de que Sérgio Buarque havia residido na Tijuca quando viveu no Rio. 

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