Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

I'm Not There: original soundtrack

Meu presente de Natal, que eu queria efetivamente ganhar, chegou pelo correio, o CD duplo I'm Not There, com as canções que integram a trilha sonora do filme homônimo. Quem enviou foi o Oliver Fabrício, da Finlândia, num envelope cheio de coisas a explorar. A maior pérola da coletânea, para os fãs, é a última canção do disco 2, justamente a canção título, no registro de Bob Dylan e The Band, de 1967, uma raridade encontrável, até onde apurei, somente neste CD, uma das canções mais bonitas de Bob Dylan. A versão do Sonic Youth é a segunda canção do disco 1 (aqui). Há uma bela interpretação de The Times They Are A Changin', por Mason Jennings, integrando a coletânea, entre outros momentos inspirados. Richard Gere atua como Dylan, a faceta mais fraca e comercial da empreitada de Todd Haynes, cujo ponto alto é Cate Blanchett, na foto da capa do CD.

Nenhum comentário:

Postar um comentário