Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

a arte de andar pelas ruas do rio de janeiro

Copacabana, princesinha do mar. Andar pelas ruas de Copacabana, não sendo carioca mas morador(a) do Rio, é sentir-se um turista sem precisar das havaianas ― um turista acidental, para recordar o filme ― se bem que é fácil transmutar-se em turista em qualquer lugar que se esteja. A geografia, no Rio, mistura-se a um tempo, uma cidade, que não conheci, e que me chegou pela música, pela crônica. É estar num presente cheio de passado, passado agredido pelo presente. Então, atraída pelo mar, cheguei até o calçadão da Av. Atlântica e quase me apeteceu um chope. Em vez, mirei ao longe o Leme   e fui cuidar da vida.

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