Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


domingo, 6 de novembro de 2011

dez passos depois das árvores


Colectivo Silêncio da Gaveta. Trecho de poema de João Rios (aqui):
...
se o que os atravessa se despenha no horto como pedras exaustas
de ter pássaros doendo nas raízes
acordam os pés cegam as árvores
são uma paisagem de costas atando-os à robustez equídea que os
ocupa
... 

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