Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


terça-feira, 20 de abril de 2010

o mistério dos tempos verbais

Um dos livros mais interessantes que já li, Crônica de uma morte anunciada, do Garcia Marquez, começa assim: "No dia em que o matariam, Santiago Nasar levantou-se às 5h30m da manhã." Uma das mortes mais estúpidas da literatura, permeada por uma história de amor não menos inacreditável. 

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