Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Luis Fernando Verissimo

Tirinha utilizada em questão de vestibular da UFMG/2006. Foi postada em fevereiro do corrente, mas a sua utilização para fins de um exercício sobre pronomes e o humor gerado pela situação me fez trazer a postagem para agora. Alguns alunos juraram de pés juntos que na verdade são "minhocas" que estão falando, e não "cobras", o que acionou algumas minhocas na minha cabeça, e me fez pensar algo em torno de nossa insignificância, "minhocas metafísicas diante do nada", algo sugerido pelo primeiro quadrinho. Mas é claro que só nas fábulas animais falam. 

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