Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


sábado, 9 de julho de 2011

...e por falar em José Paulo Paes

Ítalo Moriconi não encontrou na poesia de José Paulo Paes motivo suficiente para arrolar um de seus poemas entre Os cem melhores poemas brasileiros do século (Rio de Janeiro: Objetiva, 2001). Talvez o poeta interiorano tenha ficado demais em casa. 

ÉCLOGA

lentos bois,
passam por mim
os dias

Os melhores poemas de José Paulo Paes. Seleção Davi Arrigucci Jr. 3.ed. São Paulo: Global, 2000, p.214. 

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