Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

sobre os mortos

Durante um dos passeios em Paraty, o guia explicou que a praça principal da cidade foi construída sobre um cemitério desativado. Então ele passou a explicar que nem todos os mortos foram transferidos para o novo cemitério, restando ali, sob solo frequentado por ávidos vivos. Os guias, mesmo quando pensar estar divertindo, acabam contando a história da cidade, marcada por inúmeras segregações.
atual cemitério da cidade

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