Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


sexta-feira, 22 de outubro de 2010

“Os grandes livros foram escritos
os grandes ditos foram ditos
e eu só quero tentar pintar um quadro
do que acontece por aqui de vez em quando
ainda que não entenda bem o que se passa
sei que morreremos algum dia
e que nenhuma morte deterá o mundo”

Bob Dylan, no LP Bringing it all back home

Epígrafe do livro A morte de D.J. em Paris, de Roberto Drummond (São Paulo: Ática, 1991)

Nenhum comentário:

Postar um comentário