Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


sábado, 11 de junho de 2011

hermógenes

Cedo ou tarde, a pessoa comum cidadã acaba se deparando com seu Hermógenes, ou os seus Hermógenes ― podem vir em bando, assustando mais. Então é escolher com que armas lutar. Não é fácil: em Hermógenes está Hermes, fazendo suspeitar que a luta é pelos / contra os sentidos. Defrontar-se com algum Hermógenes é ter ido mais fundo em si mesmo.

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