Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


domingo, 25 de dezembro de 2011

Emily Dickinson: "There is no Frigate like a Book"

Não há Fragata como um Livro
Para ver outras Terras
Nem bom Corcel como uma Página
Aos pés da Poesia -
O pobre vai por essas Rotas
Sem custos de Pedágio -
Como é singelo esse Veículo
Que o Espírito guia -


There is no Frigate like a Book 
To take us Lands away, 
Nor any Coursers like a Page 
Of prancing Poetry -  
This Travel may the poorest take        
Without oppress of Toll -  
How frugal is the Chariot 
That bears a Human Soul -


DICKINSON, Emily. A branca voz da solidão. Trad. José Lira. São Paulo: Iluminuras, 2011, p.78-79.

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