Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


domingo, 13 de janeiro de 2013

rebaixamento

Nunca no Brasil houve tanta mulher disposta a estampar capa de jornal barato ― e publicações congêneres.  Está surgindo uma nova profissão: subcelebridades, seres que vivem à custa da duvidosa imagem que alimentam através do corpo. Mulheres que estão fazendo do corpo objeto de uma posse coletiva e virtual, multiplicada pelas possibilidades exponenciais da internet. Seria interessante pensar quem está financiando essa superexposição do corpo feminino, quem está efetivamente lucrando (e obtendo satisfação) com isso e por que as mulheres (naturalmente as que estão se submetendo a essa distorção grotesca de sua sexualidade) estão permitindo esse avanço sem escrúpulos sobre seu corpo. 

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