Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


quarta-feira, 13 de julho de 2011

“O mais seguro nesta vida é o que jamais se conhece”

Este verso. O mais seguro na vida é o que jamais se conhece. Li o poema todo na sessão de análise. Não calculei. Abri o livro e li. Eis tudo. Um livro que se abre ― e um pouco mais se sabe, mesmo que seja saber que não sabe. Os românticos recriando Adão e Eva ― ler o livro do mundo.

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