Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


quarta-feira, 20 de julho de 2011

Arshile Gorky


Landscape, 1927-1928 (aqui e aqui). 

Arshile Gorky é uma das personagens centrais do filme Ararat, embora no filme ele não tenha necessariamente o estatuto corrente de personagem, já que o enredo espraia-se em muitas direções. Ararat é um filme difícil de transpor em palavras, a que se deve assistir com paciência. Como vulcões latentes e sofisticados, as personagens vão dando consistência à trama: ao fundo, além do monte Ararat, paira a obra de Arshile Gorky e sua figura atormentada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário