Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


sábado, 18 de junho de 2011

Espírito Santo

Quem quiser conhecer uma paisagem bucólica, aquela do Arcadismo, basta viajar para o interior do Espírito Santo, estado que, segundo alguns cariocas, não tem interior, por ser o próprio interior, e cuja existência tem como função única e exclusiva, aliás fundamental, separar o Rio da Bahia, para que tudo não vire um carnaval só. Para os que acreditam demais nos mapas escolares, o depoimento de um carioca é decisivo: quem garante que o Amapá existe? Alguém já se deparou com um cidadão (ou cidadã) proveniente do Amapá? Já o ES não, existe de fato, pois há vários capixabas conhecidos, entre anônimos e notórios, alguns tão notórios que estão milionários.

[fotografia tirada em 19/03/2011]

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