Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


sábado, 15 de janeiro de 2011

Histórias Mínimas (Argentina, Carlos Sorin, 2002)

[imagem obtida aqui]

Se um filme é também o que dele nos atravessa, então pouco me importa o que terá dito a crítica de bom ou ruim acerca de Histórias Mínimas, uma co-produção argentina e espanhola. Depois fiquei sabendo que o diretor já era famoso e premiado, que tem outro ótimo filme, talvez até melhor que este, etc. e tal. Assisti ao filme desarmada desse arsenal crítico. Para mim, Histórias Mínimas é a história de um sábado à tarde em que entrei no cinema para assistir a mais um filme. Uma hora se descobre que histórias mínimas é o que se tem para viver, quando não se nasceu Riobaldo, Diadorim ou Zé Bebelo

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