Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


sábado, 12 de fevereiro de 2011

a vida é curta

A vida é curta ― e os rastos que aqui deixarmos desaparecerão antes mesmo que suspeitem nossas mais alentadas esperanças e ilusões nos vínculos criados. A história da senhora portuguesa encontrada depois de nove anos de morta, sem que dessem pela sua ausência, faz bem desconfiar que importamos menos às pessoas do que gostaria de acreditar a estima que devotamos a nós mesmos. 

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