Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


quinta-feira, 23 de junho de 2011

efeméride de hoje

O que se celebra hoje, no calendário cristão, é muito estranho. O Google foi discreto: não propôs nenhum doodle. Eu, católica extraviada há mais de duas décadas, exilada, de espiritualidade conturbada e confusa, deixo aqui a confissão de um pecado: recentemente, em momento de grande aflição, passando em frente a uma Igreja no centro do Rio e percebendo a missa, entrei expressa para o momento e a fila da comunhão, recebi na boca aquele misterioso disco branco de sabor indefinível, e saí em seguida.  

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