Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


sexta-feira, 24 de junho de 2011

A T R A V É S

Temporariamente, deixarei de exibir na barra lateral deste espaço os blogs que acompanho (manterei, em forma de banners, dois ou três espaços afins). Naturalmente que estou ciente da contrapartida: deixarei de figurar na lista de espaços que frequento e costumam frequentar este. Mas não se trata disso. Uma casa tem portas e janelas, e eu estou precisando abrir um pouco as janelas por aqui, já que a porta é perigoso. Para alguém que nunca apreciou a simbologia dos vínculos, de repente esse rol de blogs começou a representar entraves ao que este espaço sempre buscou, desde o início. Faz já um tempo que venho meditando nisso, no meu desejo de liberdade, e o Cortázar, nesse sentido, é antídoto e veneno ao mesmo tempo (As vidas que terminam como os artigos literários de jornais e revistas etc.). Também Cildo Meireles e sua poderosa instalação Através (já pisei naqueles cacos de vidro). O mar anda muito revoltoso.

Galeria Cildo Meireles (Inhotim-MG)

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