Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


segunda-feira, 20 de junho de 2011

imprecisão arqueológica

Minha infância acabou quando Pedrinho e Narizinho se despediram do Sítio do Pica-Pau Amarelo, versão clássica. Percebi o que estava acontecendo no átimo, e senti minha primeira tristeza a valer, a rigor o primeiro indício do que um dia iria chamar de sofrimento, porque já era outra, e a criança... para onde? Para onde estava indo? As alegrias são reminiscências da infância.

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