Ainda bicho
a Manuel Bandeira
Hoje mesmo vi um bicho
Ele ainda cata comida
No chão de um terreiro
Entre os detritos que esqueci.
Quando acha alguma coisa
Ele não se satisfaz:
E joga o lixo pelos ares.
O bicho não é um cão,
Não é um gato,
Não é um rato.
O bicho, sem deus, ainda é homem.
As flores do precipício, p.4 (enviado pelo autor)
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