BRASÃO
Nasce do solo sono uma armadilha
Das feras do irreal para as do ser
― Unicórnios investem contra o Rei.
Nasce do solo sono um facho fulvo
Transfigurando a rosa e as armas lúcidas
Do campo de harmonia que plantei.
Nasce do solo sono um sobressalto.
Nasce o guerreiro. A torre. Os amarelos
Corcéis da fuga de ouro que implorei.
E nasce nu do sono um desafio.
Nasce um verso rampante, um brado, um solo
De lira santa e brava ― minha lei
Até que nasça a luz e tome o sonho,
O monstro de aventura que amei.
FAUSTINO, Mário. O homem e sua hora e outros poemas. São Paulo: Companhia de Bolso, 2009, p.65. Imagem obtida aqui.
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