Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


sexta-feira, 1 de julho de 2011

cogumelos

― Mariana, você já conseguiu encontrar seus cogumelos?
À pergunta, tão sem nexo aparente com o restante, mas tão acertada, eu respondi que sim, não sem antes titubear ― o mote era o texto de Paulo Mendes Campos sobre Alice, a frase: Em algum lugar há cogumelos que nos fazem crescer novamente.” Encontrar os cogumelos. Essa pergunta, tão simples, tão exata, eu ainda não havia me feito; entretanto foi simples responder: sim, já encontrei. 

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