Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


terça-feira, 28 de junho de 2011

N O I T E

As duas últimas noites foram ingratas em matéria de sonho. Alguma coisa se passa. Na noite anterior, um pesadelo me sufocava, medos, fantasmas a rondar, e na tentativa de acordar acordei dentro do sonho, e só consegui acordar mediante um grito, que se não chegou a ecoar na casa, ecoou o bastante na noite. Esta noite, novamente, dificuldade incomum para dormir, acordava e dormia. Não sei nada do que sonhei esta noite, ao contrário da nitidez do sonho (ou pesadelo) da noite anterior, mas a matéria é a mesma, e alguma coisa diferente, nova, está acontecendo. Assisti, por uma qualquer curiosidade infantil, este vídeo no domingo, e a aparente paz de minha noite, aquela dos sonhos que acordavam pela manhã sentidos novos, cedeu espaço a forças que preciso entender logo.

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